quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Evolução Agrícola

A sobrevivência da humanidade sempre esteve vinculada ao fator terra. É da atividade humana sobre o solo (agro) que depende a produção de vegetais e animais indispensáveis à subsistência física das pessoas e ao progresso das nações.

A terra é, por assim dizer, a fonte mater da riqueza nacional; o elemento de onde se extraem os recursos alimentares e outros insumos produtivos oferecendo, basicamente, um duplo efeito: sustentar a população e propiciar ao país, através da exportação de excedentes, as divisas indispensáveis à garantia do processo de modernização.

Isso evidência a magnificência do trabalho humano no meio rural para, em contato com a natureza, fazê-la produzir, ação a que se tem denominado atividade agrária ou, mais modernamente “atividade agrobiológica”.

Essa atividade agrária, por sua vez, pressupõe um conjunto de relações quer materiais, quer formais, conformadoras de estrutura agrária. Fácil de perceber que a atividade agrária vincula o homem ao solo e os homens entre si, no escopo da produção (aspecto material da estrutura) e suscita, simultaneamente um conjunto de relações sociais que são reguladas coercitivamente para manter a ordem e a segurança no desempenho da atividade (aspecto formal da estrutura) e para adequá-la aos fins próprios da política agrária.

As relações materiais terão tanto mais garantia quanto forem adequadas as relações formais, isto é, enquanto estas mais adaptáveis à realidade dos fatos e quanto mais exeqüível for a sua efetivação. Mas é raro que tal ocorra. O comum é um descompasso entre relações materiais e formais, criando situações de mal-estar social e exigindo do poder político um regime jurídico apropriado para as relações decorrentes da atividade agrária.

Essas deficiências, em seu conjunto, geram desajustes nas relações estruturais agrárias, criando um círculo contíguo de perturbações de toda ordem (políticas, econômicas, sociais, técnicas etc.) e atingindo a totalidade da comunidade nacional.

Em termos concretos, uma estrutura agrária pode conduzir duas deformações básicas: excesso de concentração fundiária (muita terra em mãos de poucos), ou excesso de divisão (muita gente com pouca terra).

Em países como o Brasil, de estrutura agrária dualista (latifundiária-minifundiária) esse estado de insatisfação tende a agravar-se cada vez mais, representando um sério perigo à integridade da própria estrutura sócio-política.

O desenvolvimento do capitalismo engendrou, em todo o mundo, a apropriação individual da terra. A colonização se exerceu freqüentemente com a expropriação das terras pertencentes às populações indígenas, quase sempre deslocadas para terras de qualidade inferior. A expansão ocidental fez-se acompanhar de um processo de expropriação-apropriação e por um fenômeno de concentração de terra em mãos de classes privilegiadas. Na América Latina o processo começa nos séculos XV e XVI, e na África e Ásia se encontra estreitamente vinculado com a expansão da chamada “agricultura de plantação”.


FONTE: http://avecaesar.wordpress.com/2008/11/18/evolucao-agricola/

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